A artrite reumatoide pode limitar a realização de diversas atividades cotidianas, mas dicas simples podem contornar essas dificuldades
Ao quebrar um braço, distender um ligamento do pé ou torcer a coluna é que as pessoas param para pensar como é difícil ter limitações nesse período de recuperação e repouso. Pois quem ter artrite precisa lidar com contratempos diariamente para realizar ações, a começar por levantar-se da cama.
“Entre as principais queixas estão as dificuldades para realizar atividades domésticas, como lavar e passar roupa, cozinhar, varrer, entre outras”, aponta José Roberto Provenza, Professor Titular de Reumatologia da PUC - Campinas. “Isso porque a maioria das minhas pacientes é de donas de casa”, explica. Em casos mais avançados da doença, a locomoção também fica comprometida: “entrar num carro ou ônibus, fazer compras no supermercado ou ir ao shopping são atividades difíceis”, relata Provenza.
Isso acontece, pois os principais sintomas da artrite reumatoide (AR) são inchaço das articulações, dor articular persistente, perda de flexibilidade e de amplitude no movimento e rigidez articular ao despertar. “As articulações mais atingidas são as das mãos, punhos, joelhos e pés”, aponta o especialista. Como não existe cura para a doença, é preciso controlá-la e impedir sua progressão – que provoca cada vez mais limitações ao paciente.
Somente um médico pode indicar o tratamento adequado, que geralmente inclui mudanças no estilo de vida, uso de medicamentos e até cirurgia para os casos mais graves. Há diferentes abordagens farmacológicas para a artrite reumatoide, como analgésicos, anti-inflamatórios, corticóides e medicamentos modificadores do curso da doença (DMCD) que podem retardar o dano articular – como os agentes chamados de biológicos, por exemplo o Enbrel (etanercepte), que atua bloqueando uma espécie de proteína que estimula e perpetua o processo inflamatório (Fator de Necrose Tumoral Alfa -TNF alfa).
“Além do tratamento, exercícios físicos de baixo impacto são extremamente importantes”, ressalta Provenza. “Eles ajudam a fortalecer os ligamentos e músculos, fazendo com que as articulações – tão prejudicadas pela AR – não fiquem sobrecarregadas”, explica. Para esses pacientes, atividades aquáticas como hidroginástica, os alongamentos e até mesmo musculação com pouco peso são indicados. “Respeitando o limite de cada um e das articulações, com supervisão de um fisioterapeuta ou professor de educação física”, alerta o médico.
Há ainda dicas simples e práticas que podem facilitar a vida dos pacientes com artrite reumatoide. “Um descanso de 45 a 60 minutos após o almoço é bastante importante, pois uma pausa no dia do paciente evita excessos para as articulações”,
Como facilitar a rotina de paciente com AR
• Dormir de lado, com três travesseiros: um debaixo da cabeça; outro entre as pernas para não bater um joelho com outro e nivelar a bacia e o quadril; e um terceiro para abraçar à frente, proporcionando uma posição mais confortável
• Evitar tomar café ou bebidas que contenham cafeína para não prejudicar o sono. Quem dorme mal não relaxa a estrutura muscular, causando dores adicionais ao paciente. Manter a postura correta ao sentar e andar também ajuda a afastar dores musculares
• Tornar a casa mais prática e menos favorável a quedas:
- Eliminar objetos que atrapalhem a locomoção, como tapetes pequenos ou que dobrem com facilidade; excesso de móveis. Garantir a boa iluminação dos ambientes
- Instalar barras no box do chuveiro, ao lado do vaso sanitário, nos corredores
• Elevar a altura da cama para ficar mais próxima do nível dos joelhos, facilitando o movimento de sentar e levantar
• Procurar utensílios desenvolvidos especificamente para portadores de AR, como talheres, geralmente produzidos por terapeutas ocupacionais
- Caso não encontre tais produtos, é possível fazer adaptações caseiras: utilizar uma esponja ao redor da escova de dente e de cabelo ou de talheres pode ajudar a segurá-los com mais facilidade
• Ao invés de abandonar atividades de lazer como jardinagem ou pintura, procure realizá-las fazendo pausas frequentes para descanso, não sobrecarregando as articulações e músculos
Fonte: José Roberto Provenza, Professor Titular de Reumatologia da PUC - Campinas
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